sexta-feira, 27 de março de 2009

Exposição


izabel xarru



Recolhi o naufrágio como um tecido agarrado à pele: ele me sussurrou 'incêndio' através dos ossos da minha mão/
desde então, o que ouve, em mim, é mais interno e tem acuidade de olho/ o que fala já não sou, /
o que anda é imóvel como uma certeza. /




Adoto o esquecimento: a seda não tem memória, só estampa/
Imprimo a lua nos acontecimentos/
porque/
aqui/
a brisa me basta em nome da noite. /
Todos os vocês estão mortos/
Todos os eus os velam/
e Deus é uma pedra convidada a me afiar/
Dentes/
Percurso/
e Imagens.

6 comentários:

Paulo Castro disse...

uma dança entre tecidos de olhos fechados.
matando;
uma faca no osso da mão.
rasgando.
aparente calma,
para uma carnificina.
sorte de quem notar tal beleza.
beijos.
º

Pat disse...

Gosto do seu estilo!

Beijos!

Grazzi Yatña disse...

E o que não anda é o que nos faz andar?

Hummm..hihi

Luciana Marinho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luciana Marinho disse...

vou e volto e fico. fico assim: PELE DE OLHO TENSA. tô morando aqui. saio mais não. beijos.

Anônimo disse...

bel,

tecido fica agarrado à pele
mas é

seda...

ela é sutil, suave*

incendeia a sua mão, mas deixa a estampa, como mesmo enfatiza, da MARCA indelével, a fogo, a brasa,
torpor, que de alguma forma, vc
deixa e x p o r no sentido literal, pois citou o divino, e com ele vem as chagas abertas, a memOria e com ela os signos para quem tem a sutileza de decifrar sua suave exposição.

linda vc*